Em 2024, o bem-estar no trabalho torna-se essencial. As melhores empresas não oferecem apenas benefícios, mas integram o bem-estar na cultura. Saiba quais são essas empresas.
Os últimos anos têm sido particularmente difíceis tanto para as organizações, como para os colaboradores devido à pandemia, ao aumento do custo de vida e à guerra. Neste contexto económico e social, o bem-estar dos colaboradores tornou-se uma prioridade para a liderança de um número significativo de empresas. Desta tendência e para dar foco à saúde e bem-estar, em sentido amplo, nos ambientes de trabalho nasceram os Best Workplaces™ Wellbeing, reconhecidos pela Great Place To Work®, em Portugal.
Estes são constituídos por organizações que dão prioridade à criação de ambientes de trabalho positivos, inclusivos e de apoio para todos os colaboradores, que desta forma tem um sentimento de pertença e se sentem confiantes para serem autênticos, partilhando suas dificuldades. São ambientes que permitem exercerem uma vida pessoal plena, acompanhando suas famílias nos momentos mais importantes e com tempo para o lazer. Estas organizações caracterizam-se por colocarem, consistentemente, o bem-estar dos colaboradores no centro da sua cultura organizacional.
A análise de mais de 60.000 respostas de colaboradores permitiu-nos identificar quais são os temas mais importantes para garantir e promover o bem-estar dos colaboradores nacionais. Estes focam-se em 3 grandes áreas que mais impactam o bem-estar nas organizações: gestão de pessoas, modelo de trabalho e apoio financeiro.
Conheça a lista dos Melhores Lugares Para Trabalhar em Wellbeing.
Gestão de Pessoas & Preocupação com os colaboradores
Muitas empresas já implementaram múltiplas e diversificadas práticas para promover a saúde mental, física e financeira dos seus colaboradores. Mas embora estas medidas possam ser importantes para garantir a saúde e o bem-estar, a ação mais desejada pelos colaboradores é muito mais simples.
Acima de qualquer benefício, programa ou política, os colaboradores, independente do setor ou da dimensão da empresa, querem uma liderança que se disponha a ouvir e com quem se sintam confiantes para partilhar suas preocupações.
Não é complexo, nem caro criar estes momentos de interação. Mas estas interações são facilmente esquecidas ou adiadas para darem espaço a outras atividades (vistas como) mais prioritárias à vida da empresa. Alguns líderes podem presumir que os colaboradores não querem falar sobre a sua vida fora do trabalho (ou que isto está fora das suas responsabilidades). Mas muitas vezes uma perspetiva pessoal é exatamente o que é mais importante para as pessoas, especialmente nos momentos mais desafiantes ou stressantes.
Os Melhores Lugares Para Trabalhar em Wellbeing™ já estão no caminho certo
Desde que os gestores de pessoas tenham as competências interpessoais necessárias e um interesse genuíno, os colaboradores sentir-se-ão apoiados e cuidados – o que melhora a experiência de bem-estar e, por sua vez, a produtividade, a retenção e a defesa da marca.
De sublinhar que não importa um conjunto diversificado de benefícios ou de medidas se os colaboradores não podem usufruir delas. As organizações, antes de pensar em práticas ou ações promotoras de saúde e bem-estar, têm de pensar como está a ser feita a gestão de pessoas, a atribuição de tarefas e a definição de objetivos. Nada adianta ter apoio psicológico, comparticipar o ginásio etc. se as pessoas estão sobrecarregadas com tarefas que vão para além das horas de trabalho diário ou se os objetivos definidos não são realistas, nem humanamente possíveis de atingir, levando ao stress, à frustração e ao aumento da ansiedade dos colaboradores.
A liderança tem de pensar, em primeiro lugar, na organização do trabalho e na gestão de pessoas e só depois nos benefícios que podem apoiar a criação de um ambiente de trabalho saudável. E este equilíbrio é difícil, sendo uma das oportunidades de melhoria até dos Best WorkplacesTM Wellbeing, em que:
Modelo de trabalho & Equilíbrio vida profissional e pessoal
A flexibilidade de horário e de local de trabalho, a autonomia e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional são dos temas mais referidos quando se aborda o bem-estar nos ambientes de trabalho. E não podemos ignorar que o work-life balance é um dos principais fatores de permanência dos colaboradores nas organizações em Portugal.
À medida que os modelos de trabalho remoto e híbrido são implementados, as opiniões dividem-se dentro das organizações. Alguns colaboradores anseiam pelo contato presencial, pela agitação do escritório e preocupam-se com a “o risco de degradação” da cultura, resultado do trabalho remoto. Outros temem que a liderança reverta as práticas de trabalho remoto, diminua o número de dias ou limite a grupos específicos, reduzindo, deste modo, a sua autonomia e impactando negativamente o seu equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Adotando uma abordagem centrada nas pessoas, os Melhores Lugares Para Trabalhar Wellbeing™ definiram, sobretudo, como modelo de trabalho, o híbrido, de modo a equilibrarem o desempenho operacional, as necessidades culturais e individuais. Para além do modelo híbrido promovem a flexibilidade de horário de trabalho, para facilitar a gestão da vida pessoal (ex. levar os filhos à escola; evitar horas de maior trânsito, etc.).
Apoio Financeiro & Segurança
O contínuo aumento do custo de vida tornou o bem-estar financeiro uma das maiores preocupações dos colaboradores em Portugal. Os comentários dos colaboradores revelam uma enorme preocupação com o dinheiro, e como irão conseguir fazer face às suas despesas, apelando, em muitos casos, a uma ajuda imediata, mais do que a um apoio a longo prazo para reforçar o bem-estar financeiro.
Para além de adequarem a sua política de compensação e remuneração ao atual contexto, os Melhores Lugares para Trabalhar em Wellbeing™, também proporcionam aos seus colaboradores, segurança e estabilidade – muitas vezes a base para o bem-estar financeiro. Na medida em que:
Agora, mais do que nunca, as empresas têm o dever de cuidar e de apoiar de forma personalizada os seus colaboradores. Este apoio financeiro pode ser dado através de aconselhamento legal e financeiro, ajuste do salário proporcional ao aumento do custo de vida ou dos prémios, novos benefícios, adiantamento de salários ou de subsídios, etc. Sem este apoio, as organizações correm o risco de ter perdas de produtividade e de verem aumentar o turnover, à medida que os colaboradores procuram uma maior remuneração ou um melhor pacote de benefícios.
Obtenha o relatório deste estudo e conheça as tendências.
Inspire-se nos melhores e promova o bem-estar na sua organização.
4 dicas essenciais para criar um ambiente saudável
1. Não ofereça programas de bem-estar ou benefícios sem primeiro fazer o básico
Os colaboradores podem ter acesso a psicólogos, a aplicações de atividade física, e a uma diversidade de recursos, mas se o ambiente for marcado pela pressão desmedida e pela sobrecarga de trabalho, de nada adianta. Organize-se e faça uma correta e justa gestão de pessoas e de tarefas e só depois pense nas práticas mais adequadas e alinhadas às características dos seus colaboradores.
2. Garanta que todos os colaboradores possam aceder e usufruir das vantagens e dos benefícios
Quando os colaboradores trabalham nas férias ou nos fins-de-semana, ou quando estão pressionados para atingir as metas e temem fazer pausas ou usufruir do seu tempo livre, as práticas podem ser excelentes, mas não estarão sendo aproveitadas ou se quer poderão atingir seus objetivos de proporcionar o bem-estar a todos os colaboradores. Alinhe expectativas e defina objetivos realistas.
3. Não “subcontrate” o bem-estar, integre-o na cultura e na sua forma de trabalho
Menos programas complexos e sofisticados e mais pequenas interações com significado – apenas pergunte como está, etc.
4. Reconheça que, embora tenha o dever de criar uma cultura de bem-estar, o principal responsável pelo bem-estar pessoal é o próprio colaborador.
Disponibilize as ferramentas e o apoio adequado para os colaboradores da sua empresa.
Fomente um clima de confiança e de abertura, para que os colaboradores, quando tiverem qualquer problema, se sintam seguros em falar e saibam quais os meios que têm à sua disposição.
Sensibilize os colaboradores que o bem-estar depende deles próprios e que é um conceito individual, incentive-os a falar abertamente de qualquer assunto ou tema.
Publicação original no Observador.
