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Os Desafios e as Oportunidades da Geração Z no Trabalho

 Os Desafios e as Oportunidades da Geração Z no Trabalho

Diversidade e Inclusão Experiência do Colaborador

“Como desenvolver a nossa cultura e ambiente de trabalho para incluir e satisfazer as necessidades de diferentes gerações? Com um foco especial na Geração Z, que está agora a entrar no mercado de trabalho.”

Nas últimas semanas, a equipa da Great Place To Work percorreu Portugal para realizar a entrega dos certificados às empresas reconhecidas como as 15 Melhores Lugares Para Trabalhar em Wellbeing 2024. A cada visita, tivemos a oportunidade de testemunhar excelentes ambientes de trabalho, estabelecemos conexões e aprendemos, ainda mais, com líderes e colaboradores, sobre como construir empresas onde as pessoas possam crescer e prosperar. Os Best Workplaces™ Wellbeing, vencedores desta primeira edição, estão de Parabéns! (Assista à reportagem do Imagens de Marca sobre este reconhecimento)

Apesar das celebrações, um tema foi recorrente em quase todas as conversas: como atrair e gerar o engagement da Geração Z no mercado de trabalho?  

Esta nova geração, que já assume um papel significativo na força de trabalho, traz desafios únicos — mas também oportunidades transformadoras para empresas que estão dispostas a evoluir.  Posto isto, é possível ficar indiferente ao tema, este é um insight poderoso, que me levou à pesquisa sobre o tema, que é, aparentemente, para algumas organizações um taboo. Felizmente, dentro da comunidade global de Empresas Certified™, a geração Z é sem dúvida uma prioridade para as equipas de gestão. Entre os benchmark, foi possível encontrar boas práticas que alimentam os níveis de satisfação da Geração Z. 

A Geração Z tem uma nova perspetiva sobre o trabalho?

Este não é um tema novo. A história mostra que todas as novas gerações que entram no mercado de trabalho, causam desconforto nas gerações anteriores e, com isso, surge a necessidade de adaptação por parte das empresas e, principalmente, das lideranças. 

A geração Z cresceu num mundo digital e hiperconectado, assistindo a crises económicas e mudanças radicais, como o impacto da pandemia. Este contexto moldou suas perceções: para eles, o trabalho deve se adaptar à vida, e não o contrário. Termos como “anywhere office” são naturais para esta geração, que valoriza flexibilidade, propósito e equilíbrio.

Além disso, os Zs têm fácil acesso à informação. Desde jovens, já sabem identificar práticas tóxicas, reconhecer lideranças eficazes e distinguir discursos vazios de ações concretas. Não aceitam demagogia ou promessas sem fundamentos — buscam coerência entre discurso e prática. Em sentido contrário, as gerações anteriores, necessitaram de anos para entender que o trabalho pode, e deve, ter propósito, que não devemos adoecer pelo trabalho e que ele deve impulsionar o nosso desenvolvimento como profissionais e sobretudo como indivíduos. 

“Nas gerações passadas, éramos algo permissivos, aceitávamos colocar alguns princípios e valores em segundo plano em prol de um resultado, de um crescimento empresarial e profissional.”

A Geração Z está tão capacitada que desde o princípio exige de facto respeito, transparência, lealdade e flexibilidade.  A Geração Z cresceu com a perceção de que a meritocracia não é uma fórmula exata nem uma garantia de sucesso, como uma reforma tranquila ou riqueza no final da carreira, algo que era frequentemente prometido às gerações anteriores, como os nossos avós e pais. Reconhecem que muitos outros fatores influenciam esses resultados, tornando o caminho mais incerto e os desfechos menos previsíveis. Como consequência, esta geração questiona a ideia de adiar a vida para alcançar benefícios no futuro. Estes insights, resultantes das experiências e aprendizagens acumuladas pelas gerações anteriores ao longo das últimas décadas, foram naturalmente transmitidos à Geração Z desde cedo, moldando as suas expectativas e comportamentos em relação ao trabalho e à vida.

Para a Geração Z, o trabalho deve ter significado. Caso contrário, encaram-no como uma fonte de rendimento temporária, limitando-se ao essencial sem o desgaste emocional que marcou as gerações anteriores. Esta geração cresce exposta a conceitos como ambientes de trabalho tóxicos ou a diferença entre ser Líder e ser Chefe, recusando discursos desalinhados com as práticas diárias.

Adicionalmente, muitos jovens Z têm o suporte dos seus pais, que os incentivam a valorizar-se e a não tolerar desrespeito, criando uma base para procurarem melhores oportunidades se necessário. Tal conhecimento e suporte, raros para gerações anteriores, têm impacto direto na forma como esta geração se posiciona no mercado de trabalho.

Após décadas a acompanhar diferentes gerações, como X, Y e, agora, com a geração Z, sabemos que desafios como este são cíclicos. Porém, práticas eficazes para construir ambientes saudáveis e inclusivos continuam a ser atemporais e essenciais, independentemente da geração. Afinal, como gosto de dizer às empresas que são acompanhadas por mim, ser um Great Place to Work é uma meta realista para qualquer empresa, mesmo que alcançar a perfeição seja utópico.

 

Gerar engagment com a Geração Z é mais simples do que parece

Se perguntarem como gerar engagement nesta geração, a resposta é direta: viva os valores que prega. Empresas que se destacam com a geração Z aplicam no dia a dia os princípios que promovem, como respeito, transparência e flexibilidade. 

Descubra então, algumas dicas e cases dos nossos clientes, que são algo atemporais e funcionam, não importa a geração, quando o objetivo é facilitar a acomodação de todas num ambiente de trabalho sadio, onde a maior parte das pessoas se sinta satisfeita.

 

 

O Que a Geração Z Procura no Ambiente de Trabalho?

Trabalho com Significado

A Geração Z quer sentir que seu trabalho faz a diferença. Dados mostram que, em empresas da lista Melhores Lugares Para Trabalhar, 56% mais trabalhadores da Geração Z sentem que seu trabalho é significativo, comparado a empresas comuns nos EUA.  Além disso, a diferença entre gerações quanto à perceção de relevância no trabalho diminui consideravelmente nesses ambientes. No local de trabalho típico dos EUA, 17 pontos percentuais separam os Baby Boomers da Geração Z em relação à perceção de trabalho com significado; nos Melhores Lugares para Trabalhar, essa diferença cai para 8 pontos. 

Exemplo disso é a NVIDIA, onde jovens funcionários se sentem empoderados e apoiados para trabalhar em projetos importantes. Quando os funcionários se envolvem em projetos significativos, a probabilidade de permanecerem na empresa é duas vezes maior. 

Ambiente de Trabalho Divertido e Saudável

A diversão no trabalho é um fator importante de bem-estar para todas as gerações, especialmente para a Geração Z, que enfrenta desafios em encontrar equilíbrio e apoio emocional nos locais de trabalho. Em ambientes de trabalho comuns nos EUA, apenas 51% dos trabalhadores da Geração Z relatam que o local de trabalho é psicologicamente saudável. No entanto, nas empresas da lista dos Melhores Lugares para Trabalhar para Millennials, esse número sobe para 84%. 

Promover um ambiente divertido e saudável é essencial para aumentar o bem-estar e a permanência da Geração Z, proporcionando uma maior sensação de equilíbrio e apoio no dia a dia. 

Tratamento Justo, independentemente da Geração 

A igualdade no tratamento entre gerações é uma necessidade importante para a Geração Z. Empresas que promovem redes intergeracionais, como a American Express com sua rede NextGen, facilitam a conexão entre colaboradores de diferentes idades. Essas redes ajudam os colaboradores a sentirem-se ouvidos em todas as fases da carreira e a se conectarem por interesses comuns, independentemente da geração a que pertencem. 

Quando os trabalhadores da Geração Z afirmam que são tratados de forma justa, independentemente da idade, a probabilidade de sentirem bem-estar é 1,5 vezes maior. Outras gerações também se beneficiam dessa prática: a Geração X e os Baby Boomers têm 1,6 vezes mais probabilidade de experimentar bem-estar quando tratados de forma justa. 

Iniciativas como os grupos de recursos para funcionários (ERGs), como o “RISE” para novos funcionários e o “PR!ME” para colaboradores com mais de 50 anos, da Dow, são exemplos de práticas bem-sucedidas que atendem às necessidades específicas de cada geração, resultando em maior bem-estar e satisfação no trabalho.

Oportunidade de Crescimento para Todos

A cada nova geração que chega ao mercado, as organizações têm a oportunidade de sair da sua zona de conforto e evoluir. Mudanças podem ser desafiadoras, mas também trazem novas perspetivas e oportunidades de crescimento. O segredo está em abraçar essas diferenças e investir em práticas que beneficiem todas as gerações, construindo ambientes inclusivos e sustentáveis. 

Como gosto de dizer, ser um Great Place to Work é possível para qualquer empresa, independentemente do tamanho ou segmento. Criar o ambiente perfeito, por outro lado, pode ser um ideal inatingível. Mas, enquanto continuamos a buscar formas de melhorar o trabalho para todos, mais próximo disso estaremos, o mais importante é manter um foco constante no respeito, na transparência e no propósito compartilhado.

 

 


Cleber-Castro