As melhores histórias que a sua organização pode contar, são as dos seus colaboradores. Estas são as verdadeiras histórias que permitem a sua empresa criar e solidificar o seu Employer Branding
Era uma vez…
A clássica frase que precedia qualquer conta de fadas transportava-nos automaticamente para um outro mundo, onde a qualquer momento estamos prestes a escalar um pé de feijão, cair na toca do coelho ou a dançar com os 7 anões.
Ao entrar neste mundo, não só nos entretínhamos, mas também de maneira subliminar tínhamos lições de diva, sobre coisas como o amor, o poder e a injustiça. Ao acompanhar a aventura de uma personagem, sentíamos empatia por ele e também aprendíamos sobre nós mesmos.
Todos temos uma história
Se alguém contar um facto, lembrar-se-á desse facto. Mas se alguém lhe contar uma história, irá senti-la. E para os líderes, estes dois conceitos fazem grandes diferenças quando se trata de criar a cultura da sua empresa.
Claro que, podemos recolher todos os dados que quisermos sobre os colaboradores, mas sem uma narrativa ao lado, esses dados serão vagos e mais e facilmente ignorados. Não é porque não sejam importantes, mas porque falta o toque humano.
Contar histórias pode ajudar a dar significado, propósito e motivação ao trabalho diário. E as histórias das suas pessoas são o que compõem o Employer Branding da sua empresa: qual é a razão pela qual as pessoas trabalham para a sua empresa, o que os motiva todos os dias, como é que eles se sentem ao entrar no local de trabalho.
Mas como é que pode fazer com que os seus colaboradores contem as suas histórias de forma espontânea e verdadeira?
1. Faça com que Seja Sobre os Colaboradores
Sejamos sinceros, embora se pense que os colaboradores irão voluntariamente ajudá-lo a construir a história da sua marca, na realidade, é preciso dar-lhes um motivo para o fazer.
Isto não significa que seja necessário oferecer vantagens ou bónus para incitava-los a partilhar, mas sim ajudá-los a ver o propósito de o fazer. Ao partilhar as suas experiências únicas, são eles quem definem o significado de pertencer e criar um excelente lugar para trabalhar.
Amplifique a sua voz, envie uma mensagem a todos, interna e externamente. Dê-lhes motivos para quererem partilhar as suas histórias, sendo que o principal motivo são as pessoas e tudo o que gira volta delas.
2. Quebre o gelo
Quem nunca ficou nervoso, ou ansioso por ter de falar? Para acalmar os nervos dos seus colaboradores, não mergulhe diretamente nas questões sobre a cultura da sua organização ou que mudanças eles gostariam de ver no local de trabalho. Em vez disso, deixe-os à vontade com perguntas mais simples como:
- "Há quanto tempo trabalha na nossa empresa?"
- “O que fazia antes de começar a trabalhar aqui?”
Certifique-se de fazer também algumas perguntas não relacionadas com o trabalho. Isso fará com que o colaborador sinta que é valorizado como pessoa, e que pode abrir-se para falar mais. O diálogo com o colaborador deve ser uma conversa, e não um interrogatório.
3. Pergunte Sobre a Equipa
A maioria das pessoas tem a tendência a sentir-se mais confortável ao falar sobre um grupo de pessoas (ou neste caso da sua equipa de trabalho) do que sobre da sua experiência individual, isto porque a visão do grupo valida em muito o sentimento pessoal. Portanto, comece desta forma mais ampla. Pergunte aos seus colaboradores sobre os membros da sua equipa e como é trabalhar dentro dela.
Não ajuda apenas a aliviar a pressão sobre eles como indivíduos, mas também irá dar uma visão do tipo de dinâmica que existe entre colegas.
4. Limite Qual é o Foco
Perguntas como “conte a sua história” não levam a lado nenhum. A maioria das pessoas não pensa ou nem sabe qual é a “sua história”. Em vez disso, use perguntas específicas para orientar a conversa.
Inspire-se nos resultados da pesquisa Trust Index© da sua empresas. Quais são os pontos fortes da sua cultura organizacional: é Comunidade? Ou é Diversidade? Use essas áreas de foco como pontos de partida.
Outra opção é incorporar os valores da sua empresa a partir da pergunta “O que representa a sua empresa para si?”. Assim será mais fácil de saber que informações deseja obter nas próximas perguntas.
5. Pense Como um Autor
Ou melhor, ajude os seus colaboradores a sentirem-se como autores do seu próprio livro.
Todas as histórias têm: começo, meio e fim.
Pergunte-lhes onde foi o ponto de partida e onde estão agora. Peça-lhes que descrevam esta jornada e como essa jornada os fez sentir, inspire-os. Pergunte por exemplo como foi entrar na empresa, ou como é que eles respondem a um incidente específico no trabalho, ou como se veem daqui uns anos.
6. Mais do que funcionários, pessoas
O stress da vida pessoal pode chegar até ao local de trabalho e vice-versa. Incentive (mas não pressione) os colaboradores a partilharem o que está a acontecer no seu “mundo” pessoal.
Por exemplo, digamos que existe um colaborador que acabou de ser pai. Se ainda se encontra numa fase de adaptação, como todos sabemos, existem desafios específico do equilíbrio de vida profissional e pessoal. Se na sua organização existir políticas para beneficiar colaboradores que são pais (ou mães), como é o caso de licenças de maternidade ou de paternidade inclusivas, pode usar estas políticas para ajudá-lo a progredir tanto em casa como no trabalho.
De tal modo, as histórias dos seus colaboradores não devem ser limitadas apenas à sua carreira. Não se concentre só em como eles estão a subir na hierarquia ou se mudam de categoria ou de cargo.
Em vez disso, veja a história deles de forma abrangente. Ajude-os a sentir que pertencem ainda mais à cultura da empresa, que a sua pessoa transcende um número de colaborador, e que são verdadeiramente únicos aos olhos da sua organização.
O que dizem os teus olhos?
Provavelmente, quando está no sofá da sua casa a ver um documentário na Netflix ou a ver o “Alta Definição” da SIC, não está a pensar na arte do storytelling.
Mas é uma arte que todos os líderes deveriam adotar nas suas organizações, para levar os resultados dos questionários aos colaboradores a argumentos robustos e fortes da qualidade da sua cultura.
Afinal, cada um dos seus colaboradores tem as suas próprias experiências e histórias, que juntas transformam a história da sua empresa. As histórias deles são as da sua marca.