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Antes de procurar a felicidade no trabalho, procure o seu significado

 Antes de procurar a felicidade no trabalho, procure o seu significado

Employer Branding Experiência do Colaborador Liderança Saúde e Bem Estar

Muito se tem falado na importância de criar empresas felizes e de promover a felicidade nos colaboradores. E sempre que se fala deste tema surgem-me sempre as seguintes perguntas: será que os agentes funerários podem ser felizes no seu trabalho quando convivem diariamente com a tristeza e perda dos outros? Ou será que os médico e enfermeiros que trabalham nas unidades de cuidados paliativos que lidam quotidianamente com o sofrimento humano serão felizes no trabalho? Parece difícil.

E se formos ao dicionário ver a definição de felicidade:

felicidade

felicidade

(fe·li·ci·da·de)

nome feminino
  • 1. Estado da pessoa feliz. ≠ INFELICIDADE
  • 2. Concurso de circunstâncias boas. = DITA, SORTE, VENTURA ≠ AZAR; INFELICIDADE; INFORTÚNIO
  • 3. Tendência para acontecimentos positivos ou favoráveis. = DITA, SORTE,VENTURA, AZAR, INFELICIDADE, INFORTÚNIO
  • 4. Bom resultado. = ÊXITO, SUCESSO ≠ FIASCO, FRACASSO
  • "felicidade", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2024, https://dicionario.priberam.org/felicidade.

    Já para na psicologia a felicidade é entendida como uma emoção caracterizada por um estado emocional positivo, com sentimentos de bem-estar e de prazer, associados à perceção de sucesso. De acordo com Daniel Gilbert, professor de psicologia da Universidade de Harvard, nos EUA, que estuda a felicidade há mais de duas décadas, afirma que “É difícil dizer o que é, mas sei quando eu a vejo. É simplesmente sentir-se bem”. Gilbert mostra nos seus estudos que continuamos a não perceber que: a felicidade não é uma sensação eterna, é um estado de êxtase, daquelas que se atingem nos momentos de extremo prazer.

    E não podemos ignorar a individualidade do conceito de felicidade, e o facto de “ser feliz” ser muito diferente, quando analisamos os acontecimentos geradores de felicidade por nacionalidade, cultura e background de cada. A individualidade poderia ser um problema no encontrar de uma métrica para avaliar a felicidade no trabalho, mas sempre que respondemos a qualquer questionário fazemo-lo à luz das nossas vivências, experiências e backgrounds. Mas que métrica ou metodologia pode medir a felicidade organizacional se felicidade é uma emoção, muitas vezes instantânea e fugaz, que pode estar associada ao acaso, à sorte. Como se pode medir? Contamos o número de vezes que nos sentimos felizes?

    Definir a felicidade como o principal objetivo do seu trabalho, pode gerar o oposto, isto deve-se ao facto de a felicidade (como todas as emoções) ser um estado passageiro, não permanente. O mais importante é dar significado e importância ao seu trabalho. Saber como o seu trabalho está a impactar a vida da empresa e a impactar a sociedade.

    “Tão importante quanto ter como objetivo genuíno a promoção da felicidade no trabalho é a capacidade das organizações de perceber o quão próximas ou distantes estão de um ambiente de trabalho capaz de promover este sentimento. Buscar a felicidade, sem ter a consciência de que ela não acontece apenas pela inclusão de iniciativas específicas para este tema, paredes coloridas ou áreas de diversão no local de trabalho, pode gerar um efeito contrário e a perceção de alguma hipocrisia.”

    Afirma Cléber Castro, Gerente Sénior de Sucesso do Cliente na Great Place To Work Portugal e também professor no MBA de Felicidade Organizacional da Happiness Business School em parceria com a Lisbon Business and Government School.

    Um ambiente de trabalho em que a maioria dos colaboradores pode encontrar momentos de pura felicidade e realização precisa, antes, ter sólidas bases no respeito, no cuidado e elevados níveis de confiança entre líderes e liderados. É impossível construir um ambiente feliz e de plena partilha, rodeado de relações tóxicas, controlo e politiquices. Por fim, para garantir as bases para esta felicidade, é preciso monitorar frequentemente este ambiente e a experiência dos colaboradores, que ao atingir patamares elevados de satisfação, a felicidade naturalmente deixará de ser um lapso para tornar-se rotina.

    Viver com significado e objetivo pode não o fazer feliz a curto prazo, já que exige autorreflexão, esforço e lidar com temas que podem ser frustrantes. Mas ao abordar as situações de trabalho de forma consciente, com o objetivo de contribuir para os outros e, em simultâneo, valorizar a sua identidade pessoal, encontrará oportunidades para mostrar as competências que o ajudam a encontrar o valor e o significado intrínseco do seu trabalho.

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