Diversidade e Inclusão, People Analytics
A equidade no local de trabalho é uma questão importante em todas as organizações, independentemente do tamanho ou setor. A equidade refere-se à igualdade de oportunidades e tratamento justo entre todos os funcionários, independentemente da sua raça, género, idade, orientação sexual, religião ou qualquer outra característica pessoal.
A equidade é fundamental para garantir que todos os colaboradores se sintam valorizados e respeitados, o que pode levar a um ambiente de trabalho mais colaborativo e produtivo.
Por que a equidade é tão importante nas organizações?
Há diversas razões pelas quais a equidade é essencial para o sucesso de uma empresa. Em primeiro lugar, a equidade promove a retenção de talentos, já que os colaboradores tendem a permanecer em organizações que oferecem oportunidades iguais de crescimento e desenvolvimento. Isto pode reduzir os custos de contratação e formação. Além disso, a equidade também contribui para a criação de um ambiente de trabalho mais harmonioso, no qual todos os colaboradores se sentem valorizados e respeitados.
O estudo "Diversity and Inclusion at Work: The Business Case for Equity", realizado pela consultoria Mercer em 2019, concluiu que as empresas com maior equidade tendem a ter uma maior produtividade e um melhor desempenho financeiro.
Isso pode ser explicado pelo fato de que a equidade incentiva a colaboração e a cooperação entre os colaboradores, que se sentem motivados a trabalhar em conjunto para atingir os objetivos da empresa. Além disso, a equidade também pode contribuir para a redução de conflitos internos e para o aumento da satisfação dos funcionários, o que por sua vez leva a uma jornada do consumidor de maior qualidade, fidelizando e atraindo mais clientes por esse mesmo motivo.
Equidade é o melhor para as pessoas e para o mundo
A equidade nas empresas traz impacto positivo em diversos aspectos da vida das pessoas, aumenta a autoestima, o senso de justiça e a sensação de pertença. Além disso, a equidade contribui para a promoção da diversidade e da inclusão, que são valores fundamentais numa sociedade justa e igualitária. Ao adotar práticas equitativas, as organizações podem servir como modelos para a sociedade, incentivando outras empresas e instituições a adotar as mesmas práticas.
Diversidade, equidade, inclusão e pertença (DEIB) no local de trabalho estão entre os tópicos mais importantes para as empresas.
“Acho que há um risco em não trabalhar no DEIB, especialmente porque o mundo ao nosso redor está a tornar-se mais polarizado”, diz Marcus Erb, vice-presidente de ciência de dados e inovação da Great Place To Work®.
A pesquisa da Great Place To Work® mostra que as experiências de grupos marginalizados de funcionários são indicadores do desempenho dos negócios durante as crises económicas.
“À medida que começamos a olhar para esta potencial recessão, é fundamental que os líderes entendam as experiências das mulheres, pessoas de cor e trabalhadores que trabalham à hora. As suas experiências numa organização são um dos principais indicadores de quão bem essa empresa se sai durante uma recessão”, explica Erb, acrescentando que a Great Place To Work® olhou para a Grande Recessão do final dos anos 2000 e descobriu que as experiências dos colaboradores durante esse período previam se uma empresa iria prosperar ou estagnar.
Erb acrescenta que uma cultura de inclusão é um factor chave na promoção do tipo de colaboração que pode ajudar uma empresa a ter sucesso. “Se construiu uma cultura que atrai todos, essa cultura desbloqueia a capacidade de se adaptar, inovar e responder”, diz ele, “e fazer com que as pessoas trabalhem mais durante um período em que realmente precisa que todos se unam”.
É bom, mas pode melhorar
Durante o estudo de 2022, descobrimos que mesmo nos Melhores Lugares para Trabalhar em Portugal, ainda existe uma grande discrepância, no que diz respeito às posições de chefia. Num universo geral de colaboradores, onde 55% são do sexo masculino e 45% do sexo feminino, apenas 18% dos CEO’s são mulheres. O mesmo acontece noutros cargos do alto escalão executivo, como cargos executivos (29%) e chefias intermédias (30%).
Este factor pode ser parte da causa que leva as mulheres, de modo geral, a terem uma opinião menos positiva sobre as organizações empregadoras.
Quando os colaboradores das organizações responderam à afirmação “As pessoas recebem um salário justo pelo seu trabalho” 68,5% dos colaboradores do sexo masculino concordaram, mas a percentagem foi de apenas 65,29% entre o sexo feminino.
O mesmo acontece na questão “Posso fazer qualquer pergunta razoável à minha liderança e obter respostas diretas”, onde o sexo masculino teve uma percentagem de 90,2%, e o sexo feminino apenas 86,52%. Isto demonstra que é mais difícil para as mulheres de uma organização comunicarem com a liderança, o que é sublinhado pela questão seguinte “Temos facilidade em contactar e dialogar com a liderança”, que teve uma pontuação de concordância de 92,1% entre o sexo masculino e de apenas 89,53% entre o sexo feminino. Um dos motivos para isto acontecer pode estar relacionado com o facto de as posições de liderança estarem sobretudo preenchidas por homens, como vimos anteriormente.
Porquê falar de Equidade e não de Igualdade?
Promover a equidade dentro das organizações é crucial para garantir que todos os funcionários sejam tratados de forma justa, ao reconhecermos que todas as pessoas são diferentes e dando espaço para que as oportunidades sejam ajustadas a essas diferenças. Isso pode ser alcançado através da implementação de políticas de contratação justas, formação e programas de desenvolvimento de carreira para todos os funcionários, bem como a promoção de uma cultura organizacional inclusiva e diversificada.
Ao promover a equidade, as organizações terão um ambiente de trabalho mais harmonioso, melhor desempenho dos funcionários, maior retenção de talentos, melhor reputação da empresa e aumento da lucratividade. Para isso, o primeiro passo é ouvir a opinião dos colaboradores, e a sua organização pode fazê-lo com as ferramentas Great Place To Work®.