Mais de 1.600 participantes juntaram-se ao Great Place To Work® em Nova Orleães para aprender e desenvolver estratégias para construir culturas organizacionais fortes, bem-sucedidas e prósperas.
Nunca foi tão importante oferecer uma excelente cultura e experiência no local de trabalho. Entre a ascensão da inteligência artificial e um ambiente macro desafiador para os líderes de todo o mundo, o local de trabalho está a mudar rapidamente. Este ritmo de mudança representa uma oportunidade, mas também requer confiança.
"A confiança é mais importante agora do que nunca", diz Michael C. Bush, CEO da Great Place To Work. Como se constrói esta confiança foi o foco de várias sessões do primeiro dia do For All Summit™, com líderes de empresas como o Hilton, o Marriott International e muitos mais a partilharem a sua experiência.
Bush define como guia para 2024: "Todos fazem melhor quando todos fazem melhor". As empresas que adotam esta filosofia veem o investimento nos funcionários como um fator-chave do negócio.
"A cultura é, em última análise, sobre a construção de um ecossistema de confiança", diz Chris Nassetta, presidente e CEO da Hilton, 1º lugar no World's Best Workplaces 2023. “Assim, quando algo dá errado, é capaz de resistir à tempestade."
Acima: Chris Nassetta, presidente e CEO da Hilton em conversa com Laura Fuentes, CHRO na Hilton no 2024 For All Summit em Nova Orleans.
A confiança é, também, o ingrediente que permite aos CEO’s aproveitarem as oportunidades que muitas vezes implicam riscos. "Quanto maior for a confiança nos seus stakeholders, maior será a sua capacidade de aproveitar estas oportunidades ", diz Nassetta.
Tudo começa com “ouvir”, e uma arma secreta para descobrir as diferentes experiências dos colaboradores na sua organização que é o grupo de recursos dos colaboradores (Employee Resource Groups (ERGs).
O Hilton tem os grupos de recursos de membros da equipa, que considera responsáveis pela sua cultura inclusiva. "É importante não só utilizá-los para celebrar os diferentes backgrounds, mas também utilizá-los na retenção de talentos, no desenvolvimento, no engagement, coaching e para insights no negócio", partilha Laura Fuentes, CHRO da Hilton.
Bem-estar e saúde mental
Outro foco dos oradores na Cimeira deste ano? O bem-estar dos colaboradores.
Arianna Huffington, CEO da Thrive Global, falou sobre a forma como a sua organização investigou o bem-estar como um multiplicador de produtividade. "Estamos no meio de uma enorme transformação cultural", afirma Huffington.
Durante a maior parte da revolução industrial, as máquinas e o software foram otimizados para reduzir o tempo de inatividade e maximizar a produtividade. No entanto, os seres humanos não podem correr o dia todo e a noite toda. “Para o sistema operativo humano, o tempo de inatividade é uma caraterística, não um erro”, diz ela.
Acima: Arianna Huffington, CEO da Thrive Global fala com DJ Casto, CHRO da Synchrony, no For All Summit 2024.
"Estou sempre à procura de formas de tirar o atrito na experiência do colaborador ", diz DJ Casto, CHRO da Synchrony. Casto juntou-se à Huffington para falar sobre como a Thrive Global e a Synchrony estão a conceber em conjunto iniciativas de bem-estar em toda a organização.
"Para mim, foi a pandemia", diz Casto. "Foi o meu alerta."
A Synchrony fez uma parceria com a Thrive Global para integrar o bem-estar na vida diária e no fluxo de trabalho dos colaboradores que fazem suporte aos clientes. Os operadores do call center recebem Thrive Resets: exercícios curtos de atenção plena e respiração para ajudá-los a quebrar o ciclo de stress cumulativo e se recentrarem após chamadas difíceis. Estes Resets, baseados na ciência, duram 60 segundos, e quase 80% dos agentes da Synchrony afirmam que preferem fazer um Reset de 60 segundos do que fazer uma pausa de cinco minutos.
Embora os programas de assistência aos colaboradores e as sessões de terapia sejam muito benéficos para os colaboradores, Huffington diz que é crucial ter ações que façam parte do fluxo diário de trabalho.
"Saúde é o que acontece entre as consultas médicas", diz Huffington.
Capacitar a linha da frente
O evento deste ano colocou os holofotes nos colaboradores da linha de frente, especialmente nos setores onde estas funções são críticas para a experiência do cliente. Anthony Capuano, presidente e CEO da Marriott International, partilhou a forma como a sua cultura de colocar as pessoas em primeiro lugar foi o princípio orientador que guiou a cadeia de hotéis durante a pandemia, quando a receita se evaporou.
"A empresa foi fundada sobre cinco valores fundamentais simples e poderosos", diz ele.
Acima: Anthony Capuano, presidente e CEO da Marriott International, e Ty Breland, CHRO da Marriott International, conversam no For All Summit 2024.
"Os nossos fundadores tinham uma visão simples de como impulsionar o sucesso do negócio. Cuide do colaborador, e o colaborador cuidará do cliente, e o cliente voltará várias vezes."
Para cuidar dos seus colaboradores, os líderes do Marriott fizeram-se à estrada para se para se encontrarem com líderes e colaboradores da linha da frente em hotéis de todo o mundo. Esta “tournée de escuta” resultou em três ações:
Redefinir a liderança
"Acreditamos que se tivermos a liderança certa, tudo o resto se irá encaixar", diz Ty Breland, CHRO da Marriott International. Isto significou fazer com que todos os colaboradores em todos os níveis da organização assumissem a sua responsabilidade como líder. "Queremos que todas as pessoas da empresa, em todos os níveis, acordem e pensem em si próprias como um líder", diz Breland.
Investir nos colaboradores
A Marriott reviu a sua estrutura de remuneração, aumentou o salário base e alargou os bónus, lançou um programa de compra de ações para colaboradores e renovou as suas ofertas de bem-estar para "investir nos colaboradores", uma frase escolhida com muito cuidado. "A diferença entre um custo e um investimento é que um investimento tem retorno", explica Breland.
Acesso a oportunidades
Enquanto muitas empresas pós-pandemia estavam focadas no trabalho remoto e no teletrabalho, a Marriott teve de encontrar uma forma de ser competitiva com as suas funções da linha da frente. Aumentou a flexibilidade e a escolha ao aumentar o trabalho a tempo parcial, ao oferecer horários flexíveis e ao investir em grupos de recursos de colaboradores, diz Breland.
A partir deste investimento inicial, o Marriott lançou o Elevate by Marriott International, um programa de desenvolvimento da liderança para ajudar os colaboradores da linha da frente a progredirem para uma função de gestão inicial e a apoiar uma longa carreira no Marriott. Atualmente, uma em cada quatro funções de gestão de nível inicial são preenchidas por colaboradores não-gestores, que estão a dar um passo em frente nas suas carreiras. O Marriott espera aumentar este número e vê esta oferta como um diferencial-chave no seu setor de atividade.
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